sábado, 29 de setembro de 2007

Reflexões sobre Partidos Políticos I

Não pretendo, é claro, definir o que é a esquerda no Brasil, mas creio - e que me perdoem aquele que encontrem algum erro conceitual – que todos aqueles que lutam pela classe trabalhadora, no seu sentido mais amplo (transcendendo aquele conceito de constituirem a classe trabalhadora somente aqueles indivíduos que estão lá, junto, atuando diretamente na linha de produção) constituem uma esquerda. Então, neste balaio, incluo tanto partidos políticos, como, movimentos sindicais e até mesmo entidades sociais de luta.

Assim sendo, destaco um ponto em comum entre todas estas vertentes. Excluindo alguns deles, que se tornaram um tanto quanto irreconhecíveis – leia-se PT – boa parte dos partidos que atuam nesta área, e se apresentam como esquerdistas – para ficar mais fácil lembre do PCO, “Contra burguês vote 16” – bem como, os movimentos e entidades sociais, se autodenominam como marginais.

Acreditar que se é marginal, pressupõe acreditar que há um movimento principal, e que você propõe mudanças a este movimento, correto?

Portanto, podemos concluir que todos estes movimentos são puramente reformistas (para aqueles que acreditavam que este seria um adjetivo só dos tucanos, ledo engano).

Mudanças estruturais somente se darão quando todos eles se unirem, realmente, em torno de uma causa única: o trabalhador. Assim unidos, serão mais fortes, poderão contrapor as oligarquias em diferentes frentes e realmente provocar uma reestruturação nas diferentes concepções de mundo existentes. Se quiser chamar isso de revolução, não me importo...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O que é ser brasileiro?

Poderíamos iniciar esta reflexão, a partir, da retomada da nossa origem étnica e, então, recuperaríamos as nossas três principais matrizes, formadas pelos povos ameríndios, africanos e europeu, sobretudo os portugueses. Alguns atentariam para a não inclusão dos povos asiáticos e arábes, mais especificamente, que, bem sabemos, também contribuíram na composição de nosso povo.

Mas persiste um questionamento, como definir algo único que remete um pouco mais de 188 milhões de pessoas diferentes, com as mais diversas histórias e crenças, que se transformaram ao longo dos séculos e deram a “cara” do que é definido como brasileiro?

Primeiro, parto da idéia de que é impossível acreditar na homegeneidade cultural em terras tupiniquins. Assim, seriam muitos brasis dentro de um Brasil. Porém, ressalto, de que existem alguns ícones que nos une em torno do que alguns denominam brasilidade (uma essência que nos une).

Baseada na experiência relatada por Sérgio D’ávila , no texto “Mais Cego é aquele que não quer enxergar.”, destaco o futebol, sim, o futebol. Quem de nós não se emocionou, alguma vez na vida, com imagens como a do craque Bebeto, na seleção de 94, oferecendo o gol para seu filho, ou, então, a homenagem feita pelo nosso capitão Cafu ao Jardim Irene, no momento de levantar mais uma taça?

Temos também algumas especiarias, ontem, talvez o pau-brasil, mas, atualmente, quem recusa o arroz e feijão por essas bandas? E a cachaça? Nossa aguardente é imbatível! Há aqui também as novelas, famosas por todo o mundo, que só perdem para o nosso maravilhoso Carnaval.

Carnaval, isto me faz recordar uma história. No ano de 2003, quando a Gaviões da Fiel foi a escola campeã na disputa paulista um fato curioso aconteceu. Durante os desfiles, ao lado do recuo da bateria tem um espaço, no qual, ocorre uma festa paralela - nunca tinha me dado conta. O frenético dançar dos pretos suados lá embaixo é substituído por brancos que se animam ao som de música eletrônica inglesa. Percebe? “Tudo junto numa coisa só”.

Assim somos brasileiros, somos fragmentos que formaram o novo, somos mestiços. E essa mestiçagem, que talvez não esteja tão evidente, está, inegavelmente, presente em nosso DNA e é marcante em nossa cultura.